sexta-feira, 11 de abril de 2014

Características da Teoria da Contingência

A Teoria da Contingência fala que a estrutura de uma organização e o seu funcionamento são dependentes da interface com o ambiente externo. Em outros termos, não há uma única e melhor forma de organizar. São apresentados, pelos autores da escola contingencial, duas variáveis principais que determinam toda a organização da empresa e os relacionamentos entre suas partes: o ambiente e a tecnologia.

Influências:




Ambiente é tudo aquilo que envolve externamente uma organização. É o contexto dentro do qual uma organização está inserida. Como o ambiente é vasto, complexo, envolvendo tudo o mais ao redor da organização, ele pode ser analisado em dois segmentos:

Ambiente Geral: é o macroambiente, ou seja o ambiente genérico e comum a todas as organizações.
As principais dessas condições são:
·       Condições tecnológicas
·       Condições econômicas
·       Condições políticas
·       Condições legais
·       Condições demográficas
·       Condições ecológicas
·       Condições culturais

Ambiente de Tarefa: é o ambiente mais próximo e imediato de cada organização.
O ambiente tarefa é constituído por:
·       Fornecedores de entradas
·       Clientes ou usuários
·       Concorrentes
·       Entidades reguladoras

E estes ambientes podem ser classificados estáveis ou instáveis de acordo com sua dinâmica. É estável quando quase não ocorrem mudanças e quando ocorrem são previsíveis e instável quando há mudanças o tempo inteiro, essas mudanças geram a incerteza. Quanto mais estável menor a contingência, permitindo uma estrutura burocrática e conservadora, porém quanto mais instável, maior a contingência e maios a incerteza, porque há uma estrutura organizacional mutável e inovadora.
Já a tecnologia como algo que se desenvolve predominantemente nas organizações, em geral, e nas empresas, em particular, através de conhecimentos acumulados e desenvolvidos sobre o significado e execução de tarefas
A tecnologia pode estar ou não incorporada a bens físicos. A tecnologia incorporada está contida em bens de capital, matérias-primas intermediárias e componentes etc.
A tecnologia não incorporada encontra-se nas pessoas - como técnicos, peritos, especialistas, engenheiros, etc.

TIPOLOGIA DE TECNOLOGIAS
Tecnologia fixa e produto concreto: provém de empresas onde a mudança tecnológica é muito menos, existindo um problema, o que não aceite seus produtos. Ex: o ramo automobilístico.
Tecnologia fixa e produto abstrato: A empresa tem capacidade de mudar segundo algumas normas impostas pela tecnologia fixa ou flexível. As partes relevantes do ambiente de tarefa precisam ser influenciadas à aceitar novos produtos que a organização oferecer, para isso a formulação da estratégia global das organizações enfatiza a obtenção do suporte ambiental necessário para a mudança. Ex: Instituições educacionais baseadas em conhecimentos que oferecem cursos especializados.
Tecnologia flexível e produto concreto: A organização efetua com facilidade mudanças para um produto novo ou diferente através das máquinas, técnicas, pessoal, conhecimento, etc. Ex: as empresas do ramo plástico, de equipamentos eletrônicos, sujeitos à mudanças, fazendo com que as tecnologias adotadas sejam constantemente reavaliadas, modificadas ou adaptadas.
Tecnologia flexível e produto abstrato: A possibilidade de mudanças são muitas e o problemas maior das organizações está na escolha entre qual alternativa é a mais adequada: o consenso dos clientes (consenso externo em relação ao produto ou serviço oferecido ao mercado), ou aos processos de produção (consenso dos empregados). Ex: as organizações secretas ou mesmo abertas (mas extra-oficiais), as empresas de propaganda e de ralações públicas, etc.
Todas as organizações apresentam problemas pois as contingências impostas por diferentes tecnologias são importantes para a organização e sua administração.
Uma organização comprometida com uma tecnologia específica pode perder a chance de produzir um outro produto para outras organizações de tecnologias mais flexíveis pois a cada dia a tecnologia fica mais especializada e a flexibilidade da organização de rapidamente passar de um produto para outro pode decrescer.
Se a empresa já for dotada de grandes recursos e aplicar-se em um novo campo de atividades ou produtos, pode usufruir do surgimento de novas tecnologias e assim facilitar tal chance. Mas, a medida em que a tecnologia se torna mais complexa, a empresa passa a Ter menos controle sobre o processo tecnológico global, e assim ficando dependente de outras empresas do ambiente de tarefa. Dependência crescente de especialistas, de treinamento prévio feito por outras organizações que exigem mais integração e coordenação.




Quadro comparativo entre as teorias da administração


quinta-feira, 10 de abril de 2014

Como a Teoria da Contingência surgiu.

História

No intuito de se verificar os modelos de estruturas organizacionais mais eficazes em determinados tipos de indústrias, alguns pesquisadores passaram a abordar os vários aspectos que compunham o êxito de várias organizações procurando compreender e explicar o modo como as empresas funcionavam em diferentes condições. Baseados nestes estudos, puderam confrontar como interagem as variáveis ambientais, as técnicas administrativas e a relação funcional dentro das organizações.
As principais pesquisas foram:

PESQUISA DE CHANDLER
Em 1962, Alfred Chandler Jr. Realizou estudou quatro grandes empresas americanas: a DuPont, a General Motors, a Standar Oil Co.(New Jersey) e a Sears Roebuck & Co; demonstrou que as estruturas destas empresas foram necessariamente adaptadas e ajustadas às suas estratégias durante todo um processo histórico envolvendo quatro fases distintas:
Acumulação de Recursos: A expansão da rede ferroviária gerou um rápido crescimento urbano gerado pela facilidade da estrada. As empresas tiveram que ampliar suas instalações de produção e organizar uma rede de distribuição, passaram então a deter o mercado de matérias-primas através da compra de empresas fornecedoras.
Racionalização do Uso de Recursos: As novas empresas integradas tornaram-se grande e passaram a Ter a necessidade de serem organizadas pois tinham muito recursos desnecessários. Haveria então a criação de uma estrutura funcional para a redução de custos, para isto se preocupavam com planejamento, organização e coordenação.
Continuação do Crescimento: A reorganização geral ocasionou um aumento de eficiência nas vendas, compras, produção e distribuição, mas em contrapartida os lucros baixaram, o mercado saturou-se, diminuindo a oportunidade de se reduzir os custos. As empresas partiram então para a diversificação. A antiga estrutura funcional não estava preparada para essa diversificação. A nova estratégia gerou o surgimento de departamentos de pesquisa e desenvolvimento, engenharia do produto e desenho industrial.
Racionalização do uso de recursos em expansão: O suporte de autoridade e comunicação da estrutura funcional, sem terem como atender à cumplicidade crescente de produtos e operários, levaram à nova estrutura divisional departamentalizada. De um lado a descentralização de operações e, de outro, a centralização de controles administrativos.
Em resumo diferentes ambientes levam as organizações a adotar novas estratégias e estas, exigem diferente estruturas organizacionais.

PESQUISA DE BURNS E STALKER
Tom Burns e G. M Stalker, dois sociólogos industriais, pesquisaram em 1961 vinte indústrias inglesas procurando analisar a correlação entre as práticas administrativas e o ambiente externo dessas indústrias. Classificaram as indústrias em dois tipos: organizações mecanisticas e orgânicas.
Sistema mecanista: A administração é baseada na hierarquia como demostrado em organogramas. É um sistema vertical onde as operações, o sistema de trabalho, as informações seguem o padrão de comando do superior ao funcionário. Devendo o indivíduo executar esta tarefa para o retorno ao superior, sem se preocupar com a cumplicidade de seu trabalho na totalidade da organização.
Sistema orgânico: É adaptado a condições instáveis, os sistemas de trabalho são atribuídos a especialistas que executam suas tarefas com o conhecimento global da importância delas passa a empresa. Os indivíduos se interagem em suas funções. A situação efetua-se tanto lateral como verticalmente. Há a comunicação entre indivíduos de categorias diferentes e hierarquias diferentes, a chefia passa a ser parte do grupo, todos buscando um êxito comum.

PESQUISA DE LAWRENCE E LORSCH
Pesquisaram sobre organização e ambiente marcando o aparecimento da Teoria da Contingência. Entre três empresas diferentes concluíram que os problemas básicos de organização são a diferenciação e a integração. É um processo gerado por pressões, no sentido de obter unidade de esforços e coordenação entre vários departamentos.
Foram escolhidas as indústrias de plásticos, alimentos empacotados e de recipientes de alto e baixo desempenho, ambientes industriais de diferentes graus, desde ambientes de rápida mudança tecnológica até ambientes estáveis que exigem pequena diferença de organização.
Essas quatro pesquisas revelaram que: A organização em relação ao seu ambiente e a tecnologia adotada surgiu a Teoria da Contingência.
As organizações precisam ser ajustadas ao sistema das condições ambientais. Os aspectos universais devem ser substituídos pelas normas de acordo entre organização ambiente e tecnologia.

PESQUISA DE JOAN WOODWARD
Socióloga industrial inglesa, pesquisou sobre os princípios de administração em 100 empresas de diferentes tipos com média de 100 a 8.000 empregados.
Cem empresas foram classificadas em três grupos de tecnologia de produção cada qual desenvolvendo diferentes maneiras de produzir.
Produção Unitária: é feita por unidades ou pequenas quantidades. Os trabalhadores usam variadas ferramentas. O processo de produção é menos padronizado.
Produção em massa: é feita em grande quantidade. Os trabalhadores operam máquinas e linha de produção ou montagem padronizados. Como as montadoras de veículos.
Produção em Processo: um ou mais operários lidera um processo total ou parcial de produção. A participação humana é pouco usada. Ex: as refinarias de petróleo, as siderúrgicas, etc. Nessas três tecnologias, cada uma tem um processo de produção diferente. A tecnologia extrapola a produção influenciando toda a organização empresarial.
E estes foram os principais pesquisadores que deram alicerce para a teoria.